quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

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1 - Técnicas para se trabalhar em equipe - módulo I: Noções Gerais

1.1 – Introdução

Naturalmente algumas pessoas apresentam uma maior aptidão para se relacionar do que outras. Do ponto de vista funcional produtivo, haverá sempre quem prefira uma metodologia de trabalho isolada, sem interferências, da mesma forma que haverá quem apresente melhores resultados quando em contato com outros profissionais.
Não se deve tentar mudar completamente um indivíduo, mas sim tentar identificar suas qualidades e extrair o máximo de eficiência dentro do que for possível. Caberá sim ao indivíduo reconhecer a necessidade de aprimorar suas habilidades de interação, sobretudo porque o mercado tem exigido cada vez mais este atributo.
Pode parecer fácil se entrosar em meio a outras pessoas para desenvolver um projeto ou trabalho, mas não o é. Reunir pessoas diferentes para convergirem esforços pode gerar uma elevação de desempenho a partir da sinergia de competências, ou seja, um ganho de eficiência que extrapole os ganhos individualmente considerados. Todavia, uma equipe desprovida das características certas poderá desacelerar o ritmo e gerar insatisfação entre todos.
Cada um possui um jeito próprio de ser e agir, tanto sozinho como em grupo. É o reflexo daquilo que a pessoa se tornou a partir das experiências que teve. A visão e atitude mudam constantemente, uma vez que o passar do tempo sempre aprimora as perspectivas. Aprende-se em todas as situações do dia-a-dia. Inclusive do ponto de vista de trabalhar em equipe...

1.2 - Grupo e equipe

Importante frisar novamente que a mera designação de uma atividade conjunta não significa que a união dos esforços trará benefícios. Um grupo com tarefas bem definidas irá apresentar resultados mais positivos do que uma equipe desprovida de objetivos e forma de trabalhos comuns. É interessante ficar atento à postura e motivação geral para que todos se sintam engajados e comprometidos com a causa. Do contrário, a divisão de tarefas pura e simples poderá ser uma saída mais eficaz.
O principal ponto que diferencia o grupo de uma equipe consiste na confluência de objetivos, ou seja, a assimilação por parte de todos os integrantes de que existe efetivamente um espírito comprometido com um resultado comum, seja ele positivo ou negativo, que a todos irá abranger indistintamente. Na equipe há cooperação mútua e compartilhamento dos resultados e objetivos, enquanto que no grupo o foco está nas performances individuais.

1.3 - Individualismo

O termo colaborador reflete mais o tipo de funcionário que se busca na atualidade. O ideal é que seja possível conciliar as pretensões individuais com as da organização, mas de certo que a primeira não pode se sobressair sobre a segunda. Tem se tornado regra entrevistadores perguntarem as metas de curto, médio e longo prazo aos candidatos justamente para tentar antever possíveis desgastes imediatos ou futuros.
O excesso de competitividade também prejudica o clima organizacional e de uma equipe. A ansiedade interfere diretamente no planejamento, que é etapa fundamental no desempenho de uma equipe ou projeto. Logo, a demora por atingir um consenso pode incomodar aqueles mais voltados para resultados práticos e ascenção profissional.
Do ponto de vista ético convém ainda fazer um paralelo: o individualismo pode se manifestar ainda na postura adotada com relação às metas da pessoa. A dedicação no trabalho deve buscar primeiramente o êxito corporativo, e depois o individual. Alguns optam por selecionar as tarefas as quais irão se dedicar e esta postura se reflete nos atos. E não é difícil discernir quem está preocupado com o trabalho que desempenha e quem está interessado apenas no próprio nariz. Isto afeta não só a visão dos colegas, mas também cria um óbice a mais para se trabalhar em grupo.
O trabalhador ético e bem intencionado assim é reconhecido pelos demais, e sua ascenção será marcada por nada além de merecimento, com menores probabilidades de criar inveja e disputas internas.

1.4 - Identidade

Um ponto importante a se observar é que a equipe absorve as individualidades de seus integrantes e também cria uma identidade própria. Há as contribuições dos integrantes pela forma com que executam as atividades, bem como os sentimentos e posturas assumidas uns em relação aos outros. Com base nisso, se incorpora uma maneira de comunicar, desenvolver o trabalho, se reunir, etc.
Daí o prejuízo de se fazer trocas constantes, tanto para a equipe como para a empresa (turnover).

1.5 - Relacionamentos interpessoais e desempenho

Equipe não é sinônimo de amizade. Isso não significa que os indivíduos não possam compartilhar dos mesmos interesses e constituir vínculos de ordem pessoal. Porém, equipe é um conceito técnico que visa integrar os esforços com vista a uma meta comum, que é justamente atingir uma performance diferenciada.

A despeito da confiança existente entre pessoas que se dão bem no campo pessoal, nem sempre é recomendável constituir equipes baseadas em elos de amizade. Isso porque os laços afetivos influenciam a dinâmica de trabalho, uma vez que as críticas e discussões construtivas ocorrem com menor freqüência. Outros sentimentos (como ciúme) podem prejudicar o desempenho, além da possibilidade de os indivíduos confundirem aspectos pessoais com profissionais.
O ganho em matéria de performance advém da sinergia de esforços, ou seja, da cooperação entre as competências individuais voltadas para uma meta comum, da qual extrai-se um desempenho "extra". Este acréscimo é justamente o resultado que se obtém da união entre os integrantes da equipe, que atingem um patamar superior ao que seria possível através da mera soma de seus trabalhos, se individualmente considerados.
Ainda sim, vale a pena ressaltar que a harmonia do grupo está acima de qualquer assunto pessoal ou caprichos individuais. Uma discussão deve sempre visar à melhoria do projeto que se está desenvolvendo, e não uma oportunidade para exibicionismo e projeção profissional próprios.

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